Na minha rua o mais velho te avisa, não, não vás por ai Há que seguir o conselho de quem fala para poderes pensar em ti Na minha rua vejo um puto humilde, e outro puto a chorar Que não se preocupa com o que lhe dão, só lhe preocupa o que lhe vão dar Tudo o que por aqui passa, retira-se rápido e entra devagar Seja saúde, dinheiro, o teu parceiro ou quem vem se tentar Manos com anos para cumprir, outros com tantos para contar Fácil é para quem está fora, difícil é por a vida lá dentro a arriscar E porque é que eu não bazo, só eu sei Porque é que é minha a minha rua, e porque e que eu não a deixei Não esqueço as memorias que eu guardei Porque as lembranças vou guarda-las para mim Tempo que passa, gente não fica Primeiro carolo, primeiro pica Entusiasmado pelo bafo puxado Mas menos molhado que a primeira crica A minha mãe chora e já não acredita, talvez um dia ela perceberá Que a minha rua está em paz, e a vossa? será que está?