Eu sou do tempo Que as missas acendiam-se as velas Conheciam-se becos, ruas e não favelas Calças Rasgadas chamavam-se samanta Matiné-dançante curtimos em malta Tempo de xitxuketa e lá-tó-lé-tá Tempo das pracetas e das mulatas Curtimos o MC Roger numa passada em malta Sou do Tempo da Gotcha e da Ronil Mapandza Ritimo tradicional era Marrabenta e não Pandza Nas discotecas se ouviam lambada e Antilhas Jacket de nada, Tigana ou sapatilha Estava na moda, cabelos frisados e boca de cima Jeans suado, Caqui ou Bombarzine Sou do tempo Das cacetes e das Cabras-cegas Do tempo do fixo e das cartinhas E o romance não era comum com as vizinhas Sou do tempo do Gil Vicent, Scala e Continuadores Onde nos domingos depois da missa íamos a mira-dor Enquanto os mais velhos iam a Mira-Flores. MEUS VELHOS TEMPOS BRINCAVAMOS NA ARREIA FAZIAMOS POEIRA ESCONDIAMOS-NOS NA CERRA MEUS VELHOS TEMPOS MEUS VELHOS TEMPOS QUEM NAO SE LEMVTA DOS VELHOS TEMPOS TEMPS DE SAUDADES Sou do tempo Do Canal Zero, Espaço Aberto Namakura e Magazine Tempo de Rua Sessamo, Rock Santeiro e Sassaricano Onde a televisão passava programas tipicamente Moçambicano Tempo de Fantasia, Tieta e Masseve Meus velhos tempos foram assim Sou da moda antiga Tempo da Feira e FACIM Onde a diversão era no cinema E nós Círculos Doca-Nema Tempo de gramafone no lugar do Microfone Tempo em que o Crime não era impune Tempo em que brincavamos e escorregavamos nas barreiras Aliberdade de expressão era ouvida Concisa e não eram agineiras Não sou do tempo das cavernas Mas nos meus tempos ainda bebia-se Taverna MEUS VELHOS TEMPOS MEUS VELHOS TEMPOS YOH MEUS VELHOS TEMPOS TINHA MUITA DIVERSAO E POUCA CURTIÇÃO Eu sou do tempo que brincavamos nas arreias Sou dos tempos que não voltam já mais Quem não se lembra do tempo do Samora De saudades é lembranças meu povo chora Eu sou do tempo do Masta Bad Réveillon com pneus e foguetes Trio Fam, Duas Caras, G-Pro Fam Tempo de Kandonga, Levinga e Xivika Cotonet, Lay'studio Jipo Hop time